sexta-feira, 7 de março de 2008

Sob as rodas de Juggernaut

Hoje descobri ter usado recentemente uma palavra maldita. Uma palavra que prometi nunca mais proferir, cujas sílabas jurei nunca mais beijar. Eu fiz uma promessa, e quebrei.

Tive sonhos com a chuva, e acordei sem rumo. O mundo é etéreo: tudo que toco parece gelado, todos os sons têm um mesmo tom, todas as cores são iguais, todos os sabores pálidos. Só uma memória me parece real. É uma pele, uma boca, um cheiro, um toque, um rosto. Não fui feito para ternuras, não fui feito para romances: fui talhado para a guerra, sou um solitário. No entanto, sucumbo a minha própria humanidade. Um tolo.

Sinto-me como se estivesse sob as rodas de Juggernaut. Pelo menos isso me faz escrever versos - versos que nunca verão a luz, mas, ainda assim, versos.

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